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Olivais

Olival Tradicional

História da Oliveira e do Olival Tradicional

A oliveira (Olea europaea) é das espécies mais ilustres da Bacia Mediterrânica devido à sua importância económica e cultural e ecológica, no entanto, a origem da espécie é ainda muito discutida. Apesar de haver registo da exploração da variante selvagem da oliveira (conhecida por vários nomes: oliveira brava, zambujeiro, ou oleastro) durante o período Neolítico, no Próximo Oriente e na Espanha, é geralmente aceite que a domesticação da oliveira começou no Próximo Oriente há cerca de 6000 anos [1]. A expansão e domesticação desta cultura foi um processo longo, passando do seu local de origem para o resto da Bacia Mediterrânica devido à expansão das civilizações e do comércio entre elas [2].

Um dos principais povos dispersores da cultura da oliveira para o Mediterrâneo Ocidental terão sido os Fenícios, levando-a até ao Norte de África e ao Sul de Espanha. Foi também pela sua mão, com ajuda do povo grego, que a oliveira chegou a Portugal [2].

A sua cultura foi continuada pelos Romanos, Visigodos, e posteriormente pelos Árabes, cujas palavras “az zayt” – sumo de azeitona, deram origem à palavra portuguesa azeite [3].

Esta história milenar faz com que as oliveiras sejam consideradas uma espécie nativa em quase todos os países da Bacia Mediterrânica [2].

O que é um Olival Tradicional

Olival Tradicional é o nome dado à variante de cultura da oliveira mais antiga em Portugal, caracterizada pela baixa densidade de árvores (até cerca de 100 por hectare), permitindo o seu aproveitamento para outras atividades agrícolas como a pastorícia ou culturas secundárias [4]. São geralmente culturas de sequeiro, que recorrem a um uso muito baixo de químicos, sendo o controlo das ervas feito, por exemplo, pelos animais que lá pastam [5]. Estes olivais encontram-se muitas vezes plantados em zonas marginais, onde o solo era menos fértil e menos adequado a outras culturas [4].

As variedades de azeitona mais utilizadas na região do Alentejo, que ainda hoje podem ser encontradas, são a “Galega Vulgar”, a “Galega Grada de Serpa”, a “Verdeal”, a “Cordovil”, a “Carrasquenha” [4] e a “Cobrançosa”.

É um tipo de cultura que apresenta uma grande produção por árvore (já que as árvores são maiores que as dos outros olivais com tipos de produção mais intensivas [5]), mas pouca produção por hectare [6]. A colheita é realizada geralmente entre outubro e dezembro, com recurso a varas manuais ou mecânicas e vibradores [7]. Esta baixa mecanização acaba por levar a altos custos de produção, nomeadamente para a contratação de mão-de-obra [6].

Características da Oliveira

Em Portugal Continental existem duas variantes de oliveira, o zambujeiro ou oliveira-brava (Olea europaea var. sylvestris) e a oliveira (Olea europaea var. europaea), que foi domesticada a partir da variedade silvestre.

O zambujeiro cresce de forma espontânea e pode ter aspeto de árvore ou arbusto. As suas folhas são mais pequenas e mais acinzentadas que as da oliveira, e o seu fruto também é mais pequeno. É menos comum no norte do país e pode ser encontrado em zonas secas e de solos rochosos.

A oliveira é uma árvore de crescimento lento, podendo atingir até cerca de 15 metros de altura e chegar a viver milhares de anos. O seu tronco, que fica mais espesso com o tempo, vai ganhando fendas e nódulos. As suas folhas são perenes e têm uma consistência que faz lembrar o couro.

É uma espécie que apresenta características que a ajudam a reduzir a perda de água e assim sobreviver em climas mais secos.

- A forma das folhas permite à oliveira perder a menor quantidade de água possível pela transpiração;

- As raízes são extensas e crescem paralelamente ao solo para poder absorver a maior quantidade de água das chuvas leves e intermitentes típicas do clima mediterrânico;

- Quando em condições de seca, as oliveiras param o crescimento, mas não o processo de fotossíntese, continuando a acumular reservas e a desenvolver as suas raízes [2].

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Figura 1- Distribuição da Oliveira (esquerda) e do zambujeiro (direita) em Portugal. O verde-escuro representa as zonas onde o zambujeiro é mais frequente. Fonte: Mapas adaptados do “Guia da Flora de Portugal Continental, Tomo I, Parte I”, de André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto, Ed. (2020)[8]

Distribuição do Olival Tradicional em Portugal

Os olivais são caracterizados em relação à sua densidade de plantação (árvores/ha), sendo geralmente aceite que os olivais tradicionais têm entre 45 a 100 árvores/ha. Segundo o Recenseamento Agrícola de 2019 (RA, 2021), o Olival Tradicional ocupa em Portugal uma área de 138.000 ha, sendo a área total de Olival (Tradicional, intensivo e em sebe) cerca de 377.000 ha [9].

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Figura 2- Olival para azeite: Densidade 45 – 60 árvores/ha [RA, 2021] – EDM – Entre-Douro-e-Minho; TM- Trás-os-Montes; BL – Beira Litoral; BI – Beira Interior; RO – Ribatejo; ALE – Alentejo; ALG – Algarve [9​].

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Figura 3- Olival para azeite: Densidade 61 – 100 árvores/ha [RA, 2021] – EDM – Entre-Douro-e-Minho; TM- Trás-os-Montes; BL – Beira Litoral; BI – Beira Interior; RO – Ribatejo; ALE – Alentejo; ALG – Algarve [9​].

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Figura 4 - Evolução de dados estruturais de todos os tipos de olival em Portugal [RA, 2021] – EDM – Entre-Douro-e-Minho; TM- Trás-os-Montes; BL – Beira Litoral; BI – Beira Interior; RO – Ribatejo; ALE – Alentejo; ALG – Algarve [9​].

Biodiversidade no Olival Tradicional

Face à reduzida aplicação de químicos e às suas características de plantação (grande extensão com oliveiras bastante espaçadas umas das outras) os olivais tradicionais são imprescindíveis para salvaguardar a biodiversidade da área em que estão inseridos [10], uma vez que as densas copas das oliveiras fornecem abrigo e proteção a aves que fazem destas árvores o seu habitat natural (ex: corujas, poupas, codornizes e perdizes)[11]. Para além disso, este tipo de olivais são, também, ecossistemas ricos em plantas silvestres, especialmente plantas com ciclos de vida curtos ajustadas à sazonalidade das chuvas [12].

A intensificação da agricultura é uma das maiores ameaças para a biodiversidade. Num estudo realizado com o intuito de comparar a abundância de aves em diferentes tipos de olival, registou-se que a maioria das espécies respondia melhor a locais com menor nível de intensificação [13].

Na Serra de Ficalho (local de grande importância ecológica, situado na margem esquerda do Guadiana) é possível encontrar cerca de 500 espécies de plantas superiores, foi realizado um estudo em que se verificou que o tipo de olival que apresenta melhores resultados de conservação da biodiversidade é o tradicional de sequeiro, com controlo mecânico da vegetação [14].

Estudos em 40 locais diferentes de olival tradicional registaram-se 180 espécies de aves, 60 espécies de formigas e 200 espécies de abelhas selvagens a viver nestes locais [11].

Sabe-se também que estes ecossistemas semi-naturais são vitais para as aves da Europa Central e do Norte, que usam os olivais para se alimentar e fazer ninho [5].

Para que servem?

Em Portugal quase 99% dos olivais estão destinados à produção de azeite [9] e, apesar de ser o principal produto que se retira destes ecossistemas, está longe de ser o único. Para além do azeite e da azeitona, os olivais providenciam-nos variados serviços de ecossistema, como:

- Serviços de regulação – manutenção de habitats, controlo de pragas e doenças, sequestro de carbono;

- Serviços de suporte – formação de solo e manutenção do ciclo da matéria;

- Serviços recreativos – turismo, recreação e cultura [9,15];

Tudo isto faz com que os Olivais Tradicionais tenham um papel crucial na conservação da biodiversidade.

É de realçar, também, a sua importância a nível cultural. Numa cultura em que o olival e a azeitona são parte integrante de Portugal, os extensos Olivais Tradicionais com as suas oliveiras centenárias são marcos paisagísticos nos quais se vê uma grande aposta turística [9].

Ameaças

As alterações climáticas são uma ameaça para os olivais. Há estudos que mostram que a temperatura tem vindo a aumentar nos últimos 40 anos, sendo a temperatura anual atualmente 1,5º mais alta do que no período pré-industrial. Na Bacia do Mediterrâneo é esperado um aumento da temperatura até 5º no final do século XXI e alterações nos padrões de chuva [16]. Nos últimos anos a produção de azeite tem vindo a sofrer devido à seca, com as oliveiras a terem dificuldade em produzir fruto [17].

Estas condições meteorológicas extremas enfraquecem as oliveiras, deixando-as mais suscetíveis a pragas [17]. As alterações no padrão de crescimento das oliveiras estimulam a reemergência de pragas secundarias e patógenos invasores [16].

Uma destas ameaças é a bactéria Xyella fastidiosa, que ataca o sistema vascular das plantas, impedindo a passagem de água e nutrientes. Originária das Américas, foi detetada na Europa em 2013, na região de Apulia, na Itália e desde aí tem-se propagado pelo sul da Europa. O clima Mediterrânico, quente e húmido, é ideal para a reprodução da bactéria e dos insetos vetores. Olivais inteiros têm sido postos em quarentena e milhares de árvores têm sido destruídas na tentativa de conter esta doença, causando um enorme impacto nos ecossistemas [18].

No que toca especificamente aos Olivais Tradicionais, um dos grandes riscos que correm é a destruição para instalação de culturas de regadio [19], uma vez que os as culturas tradicionais não conseguem competir com os olivais intensivos e superintensivos na produção de azeite a baixo custo [10]. A destruição destes sistemas tem consequências gravíssimas a nível da biodiversidade local, ao destruir habitats de muitos animais silvestres [19].

Olivais Intensivos (em vaso) e Superintensivos (em Sebe)

Para tornar o olival economicamente viável, foi preciso adotar medidas que elevassem a produção e cortassem custos — sobretudo os de mão-de-obra — levando à mecanização das operações.

A construção da barragem do Alqueva e a implementação do perímetro de rega no Alentejo permitiram intensificar a exploração, criando uma excelente oportunidade de investimento e revitalização do setor oleícola.

Nesse contexto, surgiram sistemas intensivos desenhados para aproveitar ao máximo a área disponível, maximizar a produtividade e reduzir despesas, com destaque para os olivais em vaso ou intensivos e em sebe ou superintensivos [20, 21].

O que são olivais intensivos ou em vaso?

Os olivais com sistema de produção intensiva caracterizam-se por extensas plantações, nas quais as oliveiras têm a copa em vaso, com 200 a 600/800 árvores por hectare podendo a produtividade atingir as 7 a 9 toneladas por hectare [21, 22].

Neste tipo de sistema, procura-se maximizar a produtividade sendo muito importante otimizar a exposição dos ramos à luz e a disponibilidade de água ao longo do ciclo [21].

O clima mediterrânico, caracterizado por verões longos, quentes e com escassa precipitação, obriga à utilização de rega em volumes consideráveis para garantir o sucesso das culturas agrícolas (Ramos & Santos, 2010). Deste modo, a rega é um dos fatores chave na intensificação dos olivais nas zonas mediterrânicas e um fator preponderante para o aumento da produtividade, sendo imprescindível a utilização de um sistema de rega localizada do tipo gota-a-gota, conjugado com outros fatores como a fertilização e o controlo de pragas e doenças [23].

Estes olivais são plantados com variedades de oliveiras que dão azeitona mais precocemente e que são mais produtivas (em comparação olivais tradicionais), atingindo a produção máxima aos 8 – 10 anos e com rendimento a partir dos 4 – 6 anos. Para além disso, as oliveiras têm um porte mais pequeno para facilitar a mecanização dos trabalhos, em especial a colheita [24, 25].

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Figura 5 - Plantação regular do olival intensivo [26].

O que são olivais superintensivos ou em sebe?

Os olivais com sistemas de produção superintensivos ou em sebe têm densidades de plantação entre 1500 – 2000 árvores por hectare. Este tipo de plantações revolucionou a cultura do olival, pois permitiu obter em 10 anos de cultura a mesma produção acumulada de um olival tradicional de sequeiro em 70 anos [21].

Nestes olivais, as árvores são plantadas em sebe, de modo a permitir a colheita com máquinas cavalgantes, semelhantes às utilizadas na vindima [25]. Com a colheita mecanizada significativamente mais ágil, é possível abarcar entre 10 e 25 hectares de olival por dia, assegurando a recolha das azeitonas no ponto ótimo de maturação e obtendo azeites virgem extra de qualidade excecional [27].

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Figura 6 - Plantação regular do olival superintensivo [26].

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Figura 7 - Cultivo superintesivo do olival com espaçamento variante: 3-4 m entrelinhas x 1-2 m entre árvores [26].

Neste tipo de olival, as oliveiras começam a dar azeitonas muito cedo, logo ao terceiro ano devido a duas características: as variedades usadas crescem pouco tempo até começarem a produzir e são plantadas muito próximas umas das outras, com raízes que quase se tocam. Tal como o olival intensivo, este sistema também depende de sistema de rega [21].

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Figura 8 - Colheita do olival com máquinas adaptadas de vindimar cavalgantes [26].

Selecionar as variedades adequadas neste sistema de produção é fundamental, já que têm de ser combinadas várias características para tornar a colheita mecanizada possível:  elevada produtividade, maturação precoce, ramos altamente flexíveis, copa de densidade intermédia e porte aberto. Entre as opções mais indicadas estão “Arbequina”, “Arbosana”, “Oliana”, “Sikitita”, “Koroneiki” e “Leciana” [28].

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Figura 9 - Escala de vigor de variedades de porte baixo (Oliana, Sikitita e Arbosana) e de porte médio (Arbequina, Lecciana e KOroneiki) [26]. Nota: Vigor da planta refere-se tanto ao tamanho da árvore quanto à capacidade intrínseca dos ramos e brotos de poder crescer em comprimento e largura [26].

Resumo das principais diferenças entre os 3 tipos de olival (Tradicional, intensivo e superintensivo)

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Figura 10 - Comparativo entre sistemas de plantação tradicional, intensivo e sebe (superintensivo): estrutura da copa, superfície foliar efetiva e volume em copa [26].

Onde podemos encontrar olivais intensivos/superintensivos?

Em todo o mundo, os olivais ocupam cerca de 11,5 milhões de hectares, sendo que 98 % dessa área se encontra na bacia do Mediterrâneo e aproximadamente 48 % em países europeus [29].

Aqui em Portugal, ambos os olivais intensivos e superintensivos concentram-se sobretudo no Alentejo, nomeadamente nas sub-regiões irrigadas pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. As áreas de maior expressão abrangem os concelhos de Ferreira do Alentejo, Beja, Serpa, Moura, Avis, Vidigueira e Aljustrel [22].

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Figura 11 - Distribuição do olival em vaso (intensivo) e em sebe (superintensivo) em Alqueva (2019) [22].

Expansão agrícola

Nas últimas três décadas, a produção modernizou-se e intensificou-se rapidamente: plantações mais densas com árvores jovens, mais rega, mais mecanização e maior recurso a agroquímicos. Esta mudança que redesenhou a paisagem agrícola mediterrânica e gerou impactos importantes no ambiente e na economia local, foi impulsionada pelo aumento do consumo de azeite no mundo (devido à valorização mundial da dieta mediterrânica [30]) e pelos apoios da União Europeia - Política Agrícola Comum (PAC) [31, 32, 33].

No Alentejo, com a construção da barragem de Alqueva, abriram-se novas perspetivas agrícolas: as condições edafoclimáticas favoráveis, aliadas à ampla disponibilidade de terrenos agrícolas e ao acesso à rega, transformaram a região num pólo privilegiado para olivais intensivos e irrigados [22].

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Figura 12 - Evolução da área de olival em Alqueva (ha) [22].

Nos últimos quinze anos verificou-se um crescimento notável da área dedicada ao olival, sobretudo no Baixo Alentejo, bem como a renovação dos olivais mais antigos [34].

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Figura 13 - Imagens do Google Earth que mostra a conversão de uma área de culturas mistas e olivais tradicionais numa grande extensão de olival superintensivo a Sul de Portugal [22].

Valor económico dos olivais

Nos primeiros anos da década de 2000, Portugal produzia entre 200 000 e 300 000 toneladas de azeitona por ano, o que o deixava dependente de importações para suprir mais de metade do seu consumo de azeite. Duas décadas depois, com apenas um acréscimo de cerca de 10 % na área de olival, a produção nacional de azeite triplicou. A produtividade média passou de 500–600 kg de azeitona por hectare para mais de 2 400 kg/ha, resultando em colheitas anuais de 700 000 a 900 000 toneladas de azeitona e aproximando-se de 1 350 000 t em 2021 [35].

Em 2023, Portugal produziu cerca de 140 000 toneladas de azeite, o que representa um acréscimo de 30 % em relação à média registada na última década e ocupa, atualmente, o 5.º lugar no ranking mundial na produção de azeite [36].

Estes resultados devem-se à modernização dos sistemas de cultivo, que elevou significativamente a produtividade das explorações nacionais.

Para além da quantidade, destaca-se a qualidade: cerca de 95 % do azeite produzido pertence às categorias virgem e virgem extra, o que posiciona Portugal como maior produtor mundial desses azeites de excelência e reforça a sua reputação como referência olivícola a nível internacional [37].

Ameaças para os olivais intensivos e superintensivos

Os olivais intensivos e superintensivos, com elevada produtividade, são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas [38] sendo que as projeções para o clima em Portugal indicam um aumento da temperatura média anual, uma maior frequência e intensidade de ondas de calor, uma redução na precipitação total e episódios mais recorrentes de chuvas e ventos fortes. Estas alterações podem agravar o surgimento de disfunções na fase de formação e floração das oliveiras, uma vez que estas etapas são especialmente vulneráveis ao stress térmico (altas e baixas temperaturas) e à seca [39].

Ameaças para a biodiversidade

A conversão de ecossistemas naturais em áreas de cultivo ou pastagem — impulsionada pela demanda de uma população humana cada vez maior e com mais recursos — é apontada como o principal responsável pela perda de biodiversidade terrestre nas últimas seis décadas. Atualmente, a agricultura figura como ameaça, direta ou indireta, para mais de metade das 37.480 espécies avaliadas como em risco de extinção [40].

A intensificação agrícola não só reduz habitats naturais, mas também causa contaminação por nitrogénio, fósforo e pesticidas, resultando na eutrofização de ambientes terrestres, de água doce e costeiros e em efeitos em cascata sobre a biodiversidade [41]. Para além disso, o recurso à produção intensiva conduz a operações de mobilização do solo demasiado intrusivas e frequentes, e até à ocupação de áreas ecologicamente relevantes [42]. As mobilizações do solo podem ser feitas com escarificadores (40 a 60 cm de profundidade) ou com recurso a subsoladores (tipo Yimpa): (60 a 90 cm de profundidade) [26].

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Figura 14 - Formato das hastes do subsolador e aça oso subsolador no solo [26].

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Figura 15 - Preparo do solo: escarificadores (40-60 cm de profundidade) ou subsoladores (60-90 cm de profundidade) [26].

A suscetibilidade à erosão aumenta, o que pode comprometer a fertilidade e causar outros impactos ambientais adversos [43].

Concluindo, podem considerar-se 3 fatores impulsionadores da perda de biodiversidade devido à intensificação agrícola, no qual se inserem os olivais de produção intensiva e superintensiva [33]:

  1. Aumento do uso de produtos químicos (ex: fertilizantes, herbicidas e pesticidas);

  2. Mecanização e especialização de culturas;

  3. Homogeneização de paisagens agrícolas, levando à perda de diversidade paisagística.

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Figura 16 - Impactos da agricultura intensiva [42].

Devido a estes fatores, há evidências científicas de que a intensificação dos olivais diminui tanto a abundância como a diversidade de invertebrados, como as formigas por exemplo [44], e provoca um empobrecimento da vegetação [45]. Por sua vez, as aves que utilizam os olivais como habitat também são afetadas, levando à perda de diversidade taxonómica e funcional, comprometendo o valor ecológico destes agrossistemas como refúgios de biodiversidade [31, 46].

Gestão e práticas agrícolas

Na última década, a necessidade do uso eficiente da água, de fertilizantes e de pesticidas agrícolas, obrigou à utilização de sensores e o recurso a técnicas inovadoras de monitorização do estado dos olivais. Impulsionadas pela “medida 7.5 – Uso eficiente da água”, do PDR2020, começou-se por utilizar sondas de medição do teor de humidade do solo como forma de controlar a necessidade de rega [35].

Mais recentemente, no Alentejo, começou a ganhar força a “Olivicultura de precisão”, que consiste em aplicar exatamente o volume de água, adubo ou pesticida necessário, apenas onde é preciso e no momento oportuno. Assim, reduzem-se os custos e o impacto ambiental, pois limita-se a aplicação ao estritamente indispensável. Este tipo de procedimento, tem sido impulsionado pela exigência de análises periódicas de solo, folha e água para acesso às ajudas ligadas a sistemas de produção sustentáveis — como a Produção Integrada. Assim, graças a essa informação, deixa-se de aplicar fertilização uniforme e passaram a ser definidos planos de adubação específicos para cada parcela [35].

A etapa mais recente da olivicultura de precisão baseia-se no uso de imagens de satélite (ex. Sentinel-2) e de drones multiespectrais para gerar mapas de NDVI, que realçam o vigor das oliveiras e permitem identificar, de forma rápida e económica, as áreas que precisam de água, nutrientes ou tratamentos fitossanitários [35].

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Figura 17 - Exemplo de mapa NDVI gerado por um drone [35].

Quanto a outras orientações práticas para uma gestão de olivais mais sustentável e favorável à biodiversidade, segundo Santos, C. (2023), “a gestão adequada do solo, incluindo a preservação de áreas com coberturas arbórea e a redução da mobilização, pode ser fundamental para o sucesso da agricultura e a conservação dos recursos naturais em um contexto mais amplo de sustentabilidade ambiental.” Neste estudo, constatou-se que a “mobilização do solo afetou diretamente a perda de solo, com parcelas sujeitas a mobilização demonstrando maiores taxas de perda de solo em comparação com áreas não mobilizadas”. Para além disso, a mobilização do solo deve seguir as curvas de nível, sobretudo nas zonas de maior risco de erosão. Essa prática reduz o escoamento superficial, retém sedimentos e melhora a infiltração de água, preservando a estrutura do perfil e apoiando o enraizamento das oliveiras [48].

Com o objetivo de conservar o solo e evitar a erosão, é fundamental garantir a máxima infiltração de água no solo, evitando o escamento superficial. Para esse efeito é de extrema importância manter um coberto vegetal adequado, nomeadamente vegetação nas entrelinhas [47]. A cobertura vegetal não só protege o solo do impacto da chuva, como também :

  • Facilita uma maior infiltração de água no perfil do solo;

  • Preserva a rugosidade da superfície, retendo irregularidades que retardam o escoamento;

  • Diminui a velocidade das correntes superficiais, reduzindo a erosão;

  • Reforça a coesão mecânica entre os grãos de solo;

  • Atenua as variações microclimáticas nas camadas mais superficiais [47].

Um estudo realizado no âmbito do projeto LIFE “Olivares Vivos” (LIFE14 NAT/ES/001094) mostrou que o reforço da cobertura de vegetação – herbácea e lenhosa – eleva significativamente a abundância e a diversidade de aves nos olivais, com benefícios mensuráveis tanto à escala da exploração como no conjunto da paisagem. A sequência deste trabalho, no projeto LIFE “Olivares Vivos+ (LIFE20 NAT/ES/001487), comprovou que conservar e ampliar faixas de vegetação periférica potencia ainda mais os corredores de mobilidade e as zonas de nidificação, pelo que as estratégias de conservação devem estender-se para além da linha de cultivo até à área circundante e à paisagem mais ampla [49].

Estas orientações são vitais para que agricultores, gestores e demais interessados locais adotem medidas que alinhem a agricultura moderna com a preservação da vida selvagem.

A par da degradação dos recursos naturais, surge também o desafio das alterações climáticas e da crescente vulnerabilidade dos ecossistemas, exigindo respostas urgentes de adaptação e mitigação [50].

Neste sentido, a União Europeia desenvolveu o Pacto Ecológico Europeu o objetivo de tornar a economia mais sustentável e atingir neutralidade carbónica até 2050.

Com o intuito de garantir que Portugal contribua efetivamente para as metas climáticas e de biodiversidade da EU, a Agenda de Inovação Portuguesa para a Agricultura 2020-2030 propõe-se a concretizar os princípios do Pacto Ecológico ao promover sistemas de produção sustentável que reduzem emissões e conservam solo e água, fomentar inovação digital (agricultura 4.0) para otimizar recursos e minimizar impactos ambientais e integrar a “Farm to Fork” na cadeia de valor, reforçando segurança alimentar e bem-estar [42].

Bibliografia

Âncora 9

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